segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fala

Fala

Por volta dos 3 meses de idade o bebê começa a emitir alguns sons que vão se desenvolvendo até às primeiras palavras, por volta de 1 ano. A partir daí, as frases mais simples e mais complexas vão acontecendo de acordo com o seu desenvolvimento.


DISTÚRBIOS DA FALA:


DISLALIA


A dislalia é um distúrbio
da fala que se caracterizado pela dificuldade de articulação de palavras: o portador da dislalia pronuncia determinadas palavras de maneira errada, omitindo, trocando, transpondo, distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas a elas. Quando se encontra um paciente dislálico, deve-se examinar as os órgãos da fala e da audição a fim de se detectar se a causa da dislalia é orgânica (mais rara de acontecer, decorrente de má-formação ou alteração dos órgãos da fala e audição), neurológica ou funcional (quando não se encontra qualquer alteração física a que possa ser atribuída a dislalia). A dislalia também pode interferir no aprendizado da escrita tal como ocorre com a fala. A maioria dos casos de dislalia ocorre na primeira infância, quando a criança está aprendendo a falar. As principais causas, nestes casos, decorrem de fatores emocionais, como, por exemplo, ciúme de um irmão mais novo que nasceu, separação dos pais ou convivência com pessoas que apresentam esse problema (babás, por exemplo, que dizem “pobrema”, “Framengo”, etc.), e a criança acaba assimilando essa deficiência. Uma recomendação fundamental para impedir o desenvolvimento da dislalia é para que os pais e familiares do dislálico não fiquem achando engraçadinho quando a criança pronuncia palavras de maneira errada, como “Tota-Tola”, ao invés de “Coca-Cola”. Há alguns casos comuns específicos de dislalia, que envolvem pronúncia do "K" do "G", nos quais, por falta de motilidade do palato mole, a pessoa omite tais fonemas (por exemplo, falando "ato" ao invés de "gato"; "ma'a'o" ao invés de MACACO). O "R" brando (que é pronunciado através da vibração da ponta da língua atrás dos dentes incisivos superiores); em muitos dos casos de dislalia, o "R" também costuma ser omitido ou pronunciado guturalmente (a pessoa fala como se fosse um francês ou um alemão falando Português). As trocas de letras mais comuns provocadas pela dislalia são de "P" por "B", "F" por "V", "T" por "D", "R" por "L", "F" por "S", "J" por "Z" e "X" por "S".

Método para Tratamento da Dislalia


Um Método usado em um Instituto de Oratória e Fonoaudiologia do fonoaudiólogo Simon Wajtraub para Tratamento da Dislalia realiza trabalhos para fazer com que o paciente ouça suas trocas de fonemas na fala externamente, pela via aérea, uma vez que nós nos ouvimos mais internamente do que externamente e, por esse motivo, não reconhecemos muitas vezes a nossa voz quando fazemos uma gravação.
O Fonoaudiólogo Recorre, então, ao sistema de feedback, pelo qual o paciente se utiliza de headphones para, através deles, ouvir a pronúncia correta e a errada dos apalavras para que perceba suas próprias falhas (Se a pessoa não dispuser de recursos eletrônicos, uma boa solução é chegar bem próximo à parede, puxar as orelhas para a frente em forma de concha acústica com as mãos e começar a falar para se ouvir através do reflexo do som na parede). É muito perigoso quando se vê na televisão, principalmente em programas cômicos ou desenhos animados, personagens que apresentam essa deficiência de troca de fonemas, a dislalia. Tais personagens acabam influenciando negativamente os pacientes, sobretudo as crianças e os adolescentes, que são mais influenciáveis por certos modismos que aparecem a todo momento. Uma outra orientação importante que o Fonoaudiólogo dá aos pais e professores é no sentido de eles próprios corrigirem os erros que seus filhos e alunos apresentem, já que o fundamental é não deixar que o mau hábito se instale. Na maioria das vezes, esse caso pode ser corrigido em casa mesmo ou na escola, através de repetição constante. Não se pense existem técnicas fonoaudiológicas mirabolantes para corrigir a troca de fonemas: a repetição de modelos corretos é, de longe, a melhor solução. Quando a criança dislálica troca fonemas, o Fonoaudiólogo costuma gravar um CD para ela contando uma historinha sobre o seu dia-a-dia, de acordo com o relatório fornecido pelos pais. Na gravação, o Fonoaudiólogo dá ênfase às trocas que a criança comete e exige que ela repita corretamente, acompanhando-o, a palavra que pronuncia logo depois dos erros. O resultado é muito rápido porque o cérebro é estimulado constantemente na área da fala. Outra troca muito comum é o famoso “tatibitati”, que sempre acontece por excesso de mimos. Com isso, a criança fica falando de maneira entrecortada e infantilizada. É muito comum, por exemplo, encontrar adultos, sobretudo do sexo feminino, que foram excessivamente mimados na infância e cresceram falando de maneira infantil, o que pode lhes ser extremamente prejudicial quando, por exemplo, fazem uma entrevista para conseguir um emprego. Esse problema pode se refletir também na escrita, e sua correção obedece aos mesmos parâmetros da correção dos problemas da fala. Os professores que trabalham com alfabetização devem dar uma atenção especial àquelas crianças que têm uma aprendizagem mais lenta e trocam letras ou apresentam outros sintomas da dislalia, insistindo com elas no sentido de que exercitem a pronúncia e ortografia correta das palavras.

O que é DEGLUTIÇÃO ?


É o ato de engolir alimentos e começa na vida fetal. É uma ação automática, que é comandada pelo tronco cerebral. Ela serve para transportar o bolo alimentar para o estômago e realizar a limpeza do trato respiratório. Por meio da deglutição, o bolo alimentar que estava na boca chega ao estômago, passando pela faringe e pelo esôfago. A deglutição normal consiste de três estágios: Durante o estágio oral, o alimento é preparado através da mastigação, sendo transformado em um bolo. A passagem desse bolo alimentar pela base da língua inicia o estágio faríngeo da deglutição. O terceiro estágio ocorre quando o bolo alimentar passa através do esôfago em seu caminho para o estômago. Esse é um processo complexo e dinâmico, envolvendo uma série de movimentos musculares, tomando menos de 2 segundos para se completar. Durante esse curto espaço de tempo, a entrada para as vias aéreas são protegidas pela epiglote, enquanto que a do esôfago permanece aberta para a condução do alimento.
DISFAGIA
Disfagia ou dificuldade para deglutir é a sensação de retenção dos alimentos em seu trajeto da boca até o estômago. A disfagia só aparece durante ou poucos segundos depois de iniciada a deglutição.

GRAU DE COMPROMETIMENTO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA

Disfagia leve: Quando o controle e transporte do bolo alimentar está atrasado e lento, sem sinais de penetração laringeal na ausculta cervical. Achados: alteração de esfíncter labial, incoordenação de língua, atraso para desencadear o reflexo de deglutição, ausência de tosse, sem redução acentuada da elevação da laringe, sem alteração do comportamento vocal após a deglutição e ausculta cervical normal.,

- Disfagia moderada: Quando o controle e transporte do bolo alimentar está atrasado e lento, com sinais de penetração laringeal e risco de aspiração. Achados: alteração de esfíncter labial, incoordenação de língua, atraso ou ausência do reflexo de deglutição, ausência de tosse, presença de tosse antes, durante ou após a deglutição, redução na elevação da laringe, alteração do comportamento vocal após a deglutição e ausculta cervical alterada.

- Disfagia severa
: Quando há presença de aspiração substancial e ausência ou falha na deglutição completa do bolo alimentar. Achados: atraso ou ausência do reflexo de deglutição, redução na elevação da laringe, ausência de tosse, 06 presença de tosse durante ou após a deglutição, alteração do comportamento vocal após a deglutição, alteração respiratória evidente, ausculta cervical alterada e deglutição incompleta.

VÍDEOFLUROCOPIA

Videofluroscopia é o método pelo qual se pode registrar, em fita magnética, os eventos biológicos dinâmicos, observáveis em écran fluoroscópico, gerados pela exposição de voluntários e pacientes à radiação X . Esta exposição regrada em área, tempo e regime, caracteriza-se por baixos índices de exposição a radiação X. O método permite a visualização e registro, com qualidade bastante, de trinta quadros (sessenta campos) de imagem por segundo.
Pode-se ver e rever os eventos registrados sem a necessidade de novas exposições à radiação. “Slow motion”, quadro a quadro e outras vantagens da vídeo gravação ficam disponíveis. As imagens devem ser analisadas de modo qualitativo e pode-se, ainda, quantificar fatos (dimensões, tempo e velocidade) da dinâmica registrada. A videofluoroscopia tem sido considerada como padrão ouro para a investigação da dinâmica dos diversos eventos das fases oral e faríngea da daglutição, com especial ênfase no estudo da farínge, por permitir a observação geral e específica da dinâmica destes tempos, sem causar interferências funcionais como as que podem ser produzidas pela presença de aparelhos e tubos na luz digestiva Além da videofluoroscopia, os outros exames complementares são: - ultrassonografia; - nasolaringofibroscopia funcional da deglutição; - cintilografia; - ausculta cervical; - Blue dye.

Tratamento Fonoaudiológico para pacientes disfágicos.

Para Furkim (1997), a terapia fonoaudilológica envolve exercícios para: - resistência muscular; - melhorar o contrloe do bolo alimentar dentro da cavidade oral (mobilidade e motricidade de orgãos faciais); - aumentar a adução dos tecidos no topo da via aérea “principalmente pregas vocais verdadeiras (PPVV)” ; - mobilidade laríngea; - manobras posturais; - estimulação do reflexo de deglutição. O tratamento da disfagia deve ser baseado numa completa avaliação: sensório-motora oral, postura, tônus muscular, respiratória, nível cognitivo e de linguagem. Resultados de estudos radiológicos como o da videofluoroscopia, podem ajudar muito, além de indicar em que fase da deglutição ocorre a dificuldade.