Como é Produzida a Voz Humana
A produção do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde estão as cordas vocais. A laringe é composta por três anéis de cartilagem. Dentro destes anéis, estão as cordas vocais, que são pequenos músculos com grande poder de contração/extensão. São classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de
Durante a respiração, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para a produção de som elas se fecham, e o ar faz pressão, causando uma vibração que produz o som.
Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)
Você sabia?
Existem vários tipos de doenças ligadas à voz, mas normalmente as pessoas só percebem a rouquidão. Em grande parte dos casos, uma doença surge pelo uso errado da voz. Cerca de
Fique atento a esses sintomas
• Rouquidão persistente
• Perda da voz
• Pigarro
• Dor ou ardência na garganta
• Dificuldade para engolir
• Dificuldade para respirar
Quaisquer desses sintomas podem significar algum problema em seu aparelho vocal, desde doenças inflamatórias, tumores benignos e até malignos graves como o câncer de laringe. O Brasil é um dos países com maior incidência dessa doença, que tem grande possibilidade de cura quando diagnosticada no início. Por essas razões, é muito importante consultar um médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo sempre que esse quadro clínico se apresentar.
Como cuidar da voz
• Não fumar
• Não forçar a voz
• Não gritar e cochichar
• Manter o volume normal da voz e articular bem as palavras
• Evitar falar excessivamente durante exercícios físicos, quando gripado ou em crise alérgica
• Não pigarrear excessivamente
• Ingerir muito líquido em temperaturas frescas ou ambiente
• Evitar bebidas alcoólicas
• Evitar alimentos que causem azia ou má digestão
• Evitar ambientes com muita poeira, mofo e cheiros fortes
A voz e o trabalho
Cerca de 70% da população ativa utilizam a VOZ como instrumento de trabalho. Em especial, são considerados profissionais da VOZ os professores, leiloeiros, cantores, atores, vendedores ambulantes, advogados, telefonistas, recepcionistas, políticos, líderes religiosos, jornalistas, operadores de telemarketing, entre outros. Portanto, a VOZ deve ser preservada com todo carinho.
INTRODUÇÃO
A voz é uma característica peculiar à espécie humana. Para os especialistas envolvidos com o tratamento de pacientes portadores de câncer da laringe, fica evidente o desejo desses pacientes em aceitar recuperações com riscos, por vezes aumentados, para preservar ou restabelecer a voz.
A laringectomia quase-total, descrita por Person (1980), é um procedimento cirúrgico para tratamento do câncer avançado da laringe, cuja principal vantagem é preservação da fala, com ar pulmonar, através de uma passagem mucosa e muscular enervada, porém sem possibilidade da respiração nasal. Em outras palavras possibilita a criação de um shunt fonatório miomucoso dinâmico.
Assim, lesões muito grandes para serem tratadas por laringectomias parciais, porém com mucosa e nervo laríngeo inferior preservados em um mesmo lado, podem ser tratados dessa forma, com um shunt que dirige o ar para a faringe, para a produção de uma fala utilizando ar pulmonar.
INDICAÇÕES
As indicações clássicas da laringectomia quase-total (Pearson, 1980) são:
a. Lesões avançadas e lateralizadas da laringe, com extensão subglótica para a cartilagem cricóide (T3 e alguns T4 de laringe).
b. Câncer avançado do seio piriforme com envolvimento de seu ápice (T4).
c. Fixação da prega vocal, invasão extralaríngea no lado do câncer e envolvimento faríngeo extenso, mesmo requerendo reconstrução com retalhos, não contra-indicam a cirurgia.
d. Pode ser ocasionalmente recomendada, com bases fisiológicas, em pacientes com reserva pulmonar pobre como alternativa para uma laringectomia supraglótica, com grande risco de pneumonia aspirativa no período pós-operatório.
CONTRA-INDICAÇÕES
A laringectomia "near-total" está contra-indicada quando:
a. Há envolvimento tumoral interaritenóideo ou pós-cricóideo, o que torna oncologicamente insegura a preservação da aritenóide contralateral.
b. Envolvimento de mais da metade anterior do comprimento da prega vocal contralateral, pois isto não permite a preservação suficiente da laringe para a formação do shunt.
c. Radioterapia prévia é contra-indicação relativa pelo edema variável dos tecidos.
Sempre que um paciente tenha recebido radioterapia prévia à cirurgia ou esteja em franca desnutrição, com distúrbios metabólicos, ou ainda, sofra de doença aterosclerótica severa haverá o risco de complicações e fístulas pós-operatórias. A alternativa terapêutica será a realização de laringectomia total e colocação de prótese tráqueo-esofágica.
Após a Laringectomia Total há uma alteração dos mecanismos de condução do ar até os pulmões. Na respiração do laringectomizado total o ar entra pelo traqueostoma, que é um orifício feito por cirurgia no pescoço. Na expiração, o ar sai dos pulmões e passa novamente pelo traqueostoma.
Assim, na respiração do laringectomizado total não há passagem de ar pela boca, o que torna independente a via digestiva (por onde passa a comida) das vias respiratórias (por onde passa o ar).
Observe as figuras ao lado para entender melhor este processo.
A laringectomia total acarreta a perda da voz laríngea. Contudo, isto não significa a perda da fala ou da linguagem. A reabilitação vocal é possível através da voz esofágica, que substitui a voz laríngea usando a via digestiva para produzir o som, ou através da utilização de próteses fonatórias.
A Laringectomia total é a retirada da laringe. E so é necessária por existir um tumor que afeta as cordas vocais (ou partes da laringe).
Após a laringectomia, há uma modificação dos caminhos da condução do ar e da alimentação: a inspiração do ar passa a ser feita pelo traqueostoma (orifício no pescoço). Os aparelhos respiratório e digestivo tornam-se separados e independentes.
A abertura no pescoço é necessária para a entrada e saída de ar dos pulmões. Após a laringectomia o ar não poderá circular nem pela boca nem pelo nariz, como acontecia antes.