terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Voz





Como é Produzida a Voz Humana

A produção do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde estão as cordas vocais. A laringe é composta por três anéis de cartilagem. Dentro destes anéis, estão as cordas vocais, que são pequenos músculos com grande poder de contração/extensão. São classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de 1 cm nos homens e até 1,5 nas mulheres) estão na parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da voz normal é produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas.

Durante a respiração, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para a produção de som elas se fecham, e o ar faz pressão, causando uma vibração que produz o som.

Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)


Você sabia?

Existem vários tipos de doenças ligadas à voz, mas normalmente as pessoas só percebem a rouquidão. Em grande parte dos casos, uma doença surge pelo uso errado da voz. Cerca de 20 a 30% da população normalmente apresentam algum tipo de lesão nas pregas vocais. Apesar de benignas, essas lesões podem evoluir para um problema mais grave,
como o câncer de laringe, que muitas vezes, aparece em seu estágio inicial como uma simples rouquidão.


Fique atento a esses sintomas

• Rouquidão persistente
• Perda da voz
• Pigarro
• Dor ou ardência na garganta

• Dificuldade para engolir
• Dificuldade para respirar

Quaisquer desses sintomas podem significar algum problema em seu aparelho vocal, desde doenças inflamatórias, tumores benignos e até malignos graves como o câncer de laringe. O Brasil é um dos países com maior incidência dessa doença, que tem grande possibilidade de cura quando diagnosticada no início. Por essas razões, é muito importante consultar um médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo sempre que esse quadro clínico se apresentar.


Como cuidar da voz

• Não fumar
• Não forçar a voz
• Não gritar e cochichar
• Manter o volume normal da voz e articular bem as palavras
• Evitar falar excessivamente durante exercícios físicos, quando gripado ou em crise alérgica
• Não pigarrear excessivamente
• Ingerir muito líquido em temperaturas frescas ou ambiente

• Evitar bebidas alcoólicas
• Evitar alimentos que causem azia ou má digestão
• Evitar ambientes com muita poeira, mofo e cheiros fortes


A voz e o trabalho

Cerca de 70% da população ativa utilizam a VOZ como instrumento de trabalho. Em especial, são considerado
s profissionais da VOZ os professores, leiloeiros, cantores, atores, vendedores ambulantes, advogados, telefonistas, recepcionistas, políticos, líderes religiosos, jornalistas, operadores de telemarketing, entre outros. Portanto, a VOZ deve ser preservada com todo carinho.


Laringectomia


INTRODUÇÃO

A voz é uma característica peculiar à espécie humana. Para os especialistas envolvidos com o tratamento de pacientes portadores de câncer da laringe, fica evidente o desejo desses pacientes em aceitar recuperações com riscos, por vezes aumentados, para preservar ou restabelecer a voz.

A laringectomia quase-total, descrita por Person (1980), é um procedimento cirúrgico para tratamento do câncer avançado da laringe, cuja principal vantagem é preservação da fala, com ar pulmonar, através de uma passagem mucosa e muscular enervada, porém sem possibilidade da respiração nasal. Em outras palavras possibilita a criação de um shunt fonatório miomucoso dinâmico.

Assim, lesões muito grandes para serem tratadas por laringectomias parciais, porém com mucosa e nervo laríngeo inferior preservados em um mesmo lado, podem ser tratados dessa forma, com um shunt que dirige o ar para a faringe, para a produção de uma fala utilizando ar pulmonar.

INDICAÇÕES

As indicações clássicas da laringectomia quase-total (Pearson, 1980) são:

a. Lesões avançadas e lateralizadas da laringe, com extensão subglótica para a cartilagem cricóide (T3 e alguns T4 de laringe).

b. Câncer avançado do seio piriforme com envolvimento de seu ápice (T4).

c. Fixação da prega vocal, invasão extralaríngea no lado do câncer e envolvimento faríngeo extenso, mesmo requerendo reconstrução com retalhos, não contra-indicam a cirurgia.

d. Pode ser ocasionalmente recomendada, com bases fisiológicas, em pacientes com reserva pulmonar pobre como alternativa para uma laringectomia supraglótica, com grande risco de pneumonia aspirativa no período pós-operatório.

CONTRA-INDICAÇÕES

A laringectomia "near-total" está contra-indicada quando:

a. Há envolvimento tumoral interaritenóideo ou pós-cricóideo, o que torna oncologicamente insegura a preservação da aritenóide contralateral.

b. Envolvimento de mais da metade anterior do comprimento da prega vocal contralateral, pois isto não permite a preservação suficiente da laringe para a formação do shunt.

c. Radioterapia prévia é contra-indicação relativa pelo edema variável dos tecidos.

Sempre que um paciente tenha recebido radioterapia prévia à cirurgia ou esteja em franca desnutrição, com distúrbios metabólicos, ou ainda, sofra de doença aterosclerótica severa haverá o risco de complicações e fístulas pós-operatórias. A alternativa terapêutica será a realização de laringectomia total e colocação de prótese tráqueo-esofágica.

Após a Laringectomia Total há uma alteração dos mecanismos de condução do ar até os pulmões. Na respiração do laringectomizado total o ar entra pelo traqueostoma, que é um orifício feito por cirurgia no pescoço. Na expiração, o ar sai dos pulmões e passa novamente pelo traqueostoma.

Assim, na respiração do laringectomizado total não há passagem de ar pela boca, o que torna independente a via digestiva (por onde passa a comida) das vias respiratórias (por onde passa o ar).

Observe as figuras ao lado para entender melhor este processo.

A laringectomia total acarreta a perda da voz laríngea. Contudo, isto não significa a perda da fala ou da linguagem. A reabilitação vocal é possível através da voz esofágica, que substitui a voz laríngea usando a via digestiva para produzir o som, ou através da utilização de próteses fonatórias.

A Laringectomia total é a retirada da laringe. E so é necessária por existir um tumor que afeta as cordas vocais (ou partes da laringe).
Após a laringectomia, há uma modificação dos caminhos da condução do ar e da alimentação: a inspiração do ar passa a ser feita pelo traqueostoma (orifício no pescoço). Os aparelhos respiratório e digestivo tornam-se separados e independentes.

A abertura no pescoço é necessária para a entrada e saída de ar dos pulmões. Após a laringectomia o ar não poderá circular nem pela boca nem pelo nariz, como acontecia antes.

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